Resumo
Introdução: A COVID-19 é uma doença viral que tem afetado quase 21 milhões de pessoas em todo o mundo. A letalidade e morbidade considerável, facilidade de contágio e falta de medicamentos específicos contra a COVID-19, tem gerado o medo que intensificou o hábito na população brasileira da automedicação. Objetivos: Essa revisão teve por objetivo abordar as questões críticas relacionadas ao uso irracional de medicamentos e plantas medicinais contra a infecção causada pelo novo coronavírus. Resultados: a veiculação de fake News nas mídias sociais, divulgação de resultados científicos preliminares de maneira irresponsável e escalada das prescrições de medicamentos sem indicação de eficácia comprovada tem impulsionado o uso irracional e indiscriminado de medicamentos e plantas medicinais contra o SARS-CoV-2. Foram constatados aumentos importantes na dispensação de fármacos sem comprovada eficácia clínica contra a COVID-19, especialmente no caso da ivermectina (1.22%), vitamina C (180,01%), hidroxicloroquina (67,93%) e vitamina D (35,56%). Assim, o papel do profissional farmacêutico é essencial na educação em saúde, promoção do uso racional de medicamentos, e acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes com a COVID-19. Conclusão: A utilização de medicamentos e plantas medicinais com indicação de eficácia e segurança limitada alcançou um patamar crítico durante a pandemia do SARS-CoV-2. Políticas de promoção do uso racional de medicamentos, fitoterápicos e plantas medicinais devem ser estimuladas a fim de mitigar os riscos inerentes à automedicação nesse período.