Os derivados da Cannabis sativa têm potencial para limitar a severidade e a progressão da COVID-19? Uma revisão da literatura
Capa Revista Cientifica BJHP V2 N3
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Palavras-chave

Canabinóides
maconha medicinal
canabidiol
SARS-CoV-2

Como Citar

Souza, B. J. M., Lima, P. L., Chequer, F. M. D., & Duarte-Almeida, J. M. (2020). Os derivados da Cannabis sativa têm potencial para limitar a severidade e a progressão da COVID-19? Uma revisão da literatura. Brazilian Journal of Health and Pharmacy, 2(3), 83–96. Recuperado de https://revistacientifica.crfmg.emnuvens.com.br/crfmg/article/view/106

Resumo

A pandemia causada pela doença do novo coronavírus 2019 (COVID-19) levou a uma grave crise sanitária global. Assim, tem-se levantado a hipótese de que o uso de derivados da Cannabis sativa L. possuem potencial para atuar como complemento no tratamento da COVID-19. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi identificar as evidências científicas existentes, até o presente momento, sobre a eficácia do uso dos derivados da C. sativa no tratamento da COVID-19. A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados CENTRAL, Google Acadêmico, Lilacs, PubMed, Scielo, Scopus e Web of Science. Nessas buscas, foram usados, em combinação ou não, os descritores Cannabis, marijuana, maconha, cannabidiol, canabidiol, COVID-19 e Sars-CoV-2. Dos 62 artigos encontrados, existem apenas dois estudos originais, sendo um em modelagem molecular e outro em cultura celular tridimensional, que atenderam aos critérios de elegibilidade. Foi encontrado dois registros no ClinicalTrial.gov. Os extratos da C. sativa com elevado teor de canabidiol apresentaram propriedades anti-inflamatórias, capacidade para desregular a enzima conversora da angiotensina e serina protease transmembranar 2 e melhoramento das funções pulmonares inspiratórias. Assim, sugere-se que os derivados dessa planta poderiam ser uma opção terapêutica ser avaliada em novos estudos, como tratamento adjunto ou para evitar o agravamento dos sintomas da COVID-19, com base na literatura existente e em seu perfil relativo de segurança e tolerabilidade em seres humanos para certas condições médicas. Dessa forma, é necessário a realização de ensaios clínicos para que seja possível analisar a eficácia dos derivados da C. sativa no tratamento da COVID-19.

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