Resumo
Na última década, houve um aumento no consumo de drogas de abuso (DA) globalmente, considerado um sério problema de saúde pública e, em virtude desse uso abusivo, houve incremento das ocorrências de intoxicações por essas substâncias. Assim, objetivou-se construir um perfil epidemiológico das intoxicações brasileiras por DA. Foi realizado, então, uma compilação de dados acerca das intoxicações por DA no Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) ocorridas entre 1999 a 2017, avaliando variáveis de faixa etária, circunstância, zonas de ocorrência, sexo, trimestre, evolução e óbitos. Adicionalmente, realizou-se um levantamento de dados na base DATASUS – SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) buscando-se os mesmos parâmetros, a fim de realizar uma comparação entre as bases. De acordo com os dados obtidos, verificou-se que o perfil do intoxicado por DA é composto majoritariamente por homens jovens, de 20-29 anos, advindos de áreas urbanas que se intoxicam, principalmente, por abuso como principal circunstância, tendo o primeiro trimestre o maior número de intoxicações. As intoxicações evoluem, principalmente, para cura sem sequelas, com óbitos menos recorrentes. Tais resultados são compatíveis com outros estudos sobre intoxicações por DA. É um estudo relevante para conhecer o perfil brasileiro sobre esse tipo de intoxicação, tendo em vista que possibilita identificar potenciais condições de risco a que os indivíduos estão expostos e, dessa forma, priorizar estratégias para propor medidas preventivas desses casos de intoxicação. Entretanto, é necessário cautela na análise das informações das duas bases de dados analisadas (SINITOX e DATASUS), pois ambas apresentam lacunas.