Resumo
As doenças crônicas remetem normalmente a comorbidades e uso contínuo de medicamentos para a melhora da saúde, deixando o indivíduo suscetível à polifarmácia e problemas na farmacoterapia. Este artigo tem como objetivo descrever a atuação clínica de farmacêuticos e estagiários de Farmácia em uma Clínica-Escola de Fisioterapia, durante o período de março de 2019 a março de 2020, ofertando serviços clínicos de acompanhamento farmacoterapêutico, rastreamento e educação em saúde. Trata-se de um estudo prospectivo, descritivo e quantitativo de indivíduos acima de 50 anos, que realizavam o uso de polifarmácia e que apresentavam problemas e/ou dúvidas na farmacoterapia. A coleta dos dados referentes aos pacientes foi registrada por meio de formulário elaborado pelos autores e a metodologia utilizada nos acompanhamentos foi o Método Dadér. Foram analisados o perfil sociodemográfico, morbidades/comorbidades, medicamentos e problemas relacionados com os medicamentos (PRMs). Participaram do estudo 39 pacientes, incluindo serviços de rastreamento em saúde (n=9), acompanhamento farmacoterapêutico (n=30) e educação em saúde (n=39). Os usuários dos serviços eram idosos com predomínio do gênero masculino (56,7%), hipertensos e diabéticos, com consumo de 325 medicamentos (média de 10,83 medicamentos/paciente) sendo 35,4% do sistema cardiovascular. Foram identificados 87 PRMs e 75,9% de prevalência de interações medicamentosas. Durante o estudo houve grande apoio dos fisioterapeutas da Clínica-Escola no encaminhamento dos pacientes aos serviços farmacêuticos. O predomínio de polifarmácia e PRMs apresentados pelos pacientes evidenciaram a necessidade de um profissional farmacêutico no ambiente do estudo, para o restabelecimento integral da saúde e melhoria da farmacoterapia, garantindo o uso racional de medicamentos.