Potencial Antioxidante da Partição Hidroetanólica de Siparuna guianensis Aublet

Abstract

A espécie Siparuna guianensis Aublet, conhecida por negramina, é tradicionalmente utilizada no tratamento de dores e quadros inflamatórios1 . Deste modo, levando em consideração a participação das espécies reativas (ER) em distúrbios inflamatórios e utilizando como ferramenta o saber popular, este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial antioxidante e determinar o perfil fitoquímico da partição hidroetanólica de S. guianensis (PHS). A atividade antioxidante foi avaliada pelos métodos do DPPH2 , do descoramento do beta-caroteno3 e do fosfomolibdênio4 . O perfil cromatográfico de PHS foi obtido por meio de CLAE-DAD. Foi utilizada fase reversa e a fase móvel variou de acetonitrila-água 5:95 (durante 5 min) para acetonitrila-água 18:82 v/v (durante 25 min). A detecção ocorreu no UV 330nm. No ensaio do DPPH, PHS e quercetina (nas concentrações de 100, 50 e 25 µg/mL) apresentaram percentuais de inibição (%I) iguais a 63%, 49%, 41% e 95%, 95%, 95%, respectivamente. Já no método do beta-caroteno, o %I foi igual a 79%, 47%, 38% para PHS e 86%, 88%, 81% para a quercetina, nas mesmas concentrações utilizadas no DPPH. No teste do fosfomolibdênio, PHS (100 µg/ mL) exibiu %I relativo à quercetina igual a 75%. Estes resultados são promissores e podemos atribuí-los à presença de substâncias com espectros de absorção UV característicos de flavonoides. Estes, por meio de suas hidroxilas fenólicas, apresentam a excelente função de doar hidrogênios participando da extinção das ER5 . Portanto, deve-se ressaltar o potencial promissor da espécie S. guianensis frente o estresse oxidativo, o que contribui para o entendimento de seu uso popular como anti-inflamatório.